só
aos poucos,
só,
de pedaços,
só
em estilhaços
o sol reflecte a luz que depois se inclina sobre mim
desenha um sorriso que não o meu,
sobre o rosto
a inexpressão de um dia anterior
só aos soluços,
sem nada de especial
só como tantos outros,
igual pelo amanhecer
entardecer
anoitecer
só nas horas vagas de dias insipidos,
ordeiros de uma rotina
infeliz o sentir de um abraço enjaulado
só respirando pelo espaço entre as grades
e querer escolher,
sobreviver só
um processo continuo de reclusão
aos poucos
de pedaços
só,
em estilhaços...
gritar com toda a profundida da garganta
arranhar o céu da boca
irritar as cordas vocais
agarrar a fala
só.
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