Thursday, May 15, 2008

Palavras (meias)

Não sei se sinta, se diga.
Não sei se diga o que sinto, não sei se sinta o que digo.
As palavras discorrem soltas, deslizando para a página aberta.
Faço desses caracteres uma forma de expressão, porque só conheço essa.
A eloquência oratória esvai-se mal os lábios esboçam um qualquer som, como que se de uma gaguez auto-provocada se tratasse. Ou, quem sabe de um estado ébrio permanente. Eis que a tendência para a verborreia é frequente. Senão mesmo premente.

No papel, na palavra cravada,
as emoções ou outros demais anseios
suavizam as rudes arestas de uma palavra dita,
a meu ver, maldita...
Converso com a página, como se todos os diálogos pudessem ser feitos de palavras...escritas.
E que bom seria, se assim fosse.
Não cometeria gaffes, a não ser por falta de pesquisa,
Não cometeria actos de impulsividade parva,
Seria melhor pessoa, escrevendo,
da que sou, falando.

Poderei escrever realmente o que sinto?
Ou é a palavra falada mais crua, real, em carne viva?

Falo muito, digo pouco. Mas quando escrevo, ah quando escrevo...
Falo pouco, digo pouco, mas sinto...muito!